Eu cresci ouvindo dos meus pais que era importante poupar dinheiro e, vindo de uma família que começou com pouquíssimos recursos, eu entendi rapidamente a importância de ser inteligente usando dinheiro. Mas mesmo assim, eu senti falta de uma educação financeira e foi preciso um período de muito estudo e aplicação já durante a fase adulta para eu realmente entender como gerenciar meu dinheiro de forma inteligente.
Antes de continuar eu quero deixar claro que não sou nenhuma especialista em dinheiro, o que eu quero compartilhar aqui são as dicas e os recursos que eu usei para aprender a tomar conta do meu dinheiro. Provavelmente esses recursos podem te ser úteis também, principalmente porque eu vou direcionar para as fontes de estudo que eu usei, assim você pode fazer sua própria avaliação.
Crianças emulam os hábitos financeiros dos pais
Eu tive a sorte de ter um ambiente familiar responsável e consciente sobre o gerenciamento de recursos financeiros. Isso não quer dizer que eu cresci em um ambiente ideal e perfeito para aprender sobre o gerenciamento das minhas finanças pessoais. Meus pais são de origem humilde mas com um pouquinho de inteligência financeira eles conseguiram poupar e me ensinaram a fazer o mesmo. Porém, foi até aí que eu cheguei com a minha educação financeira familiar, saber poupar.
Esse tema não é abordado na escola (não era quando eu estudei, nem quando meus pais estudaram). E nem todos tem a sorte de crescer em um ambiente que nutri esse comportamento positivo em termos de finanças pessoais.
Eu tenho a vantagem de ter nascido em plena revolução tecnológica e de ser autodidata, o que me possibilitou correr atrás de conhecimento para acrescentar da base que meus pais ajudaram a construir. Mas não é sobre isso que eu quero falar neste post. Antes de parar para pesquisar sobre investimentos e oportunidades financeiras (que é onde a verdadeira produtividade financeira está escondida), você precisa de noções básicas de produtividade financeira e é isso que eu quero te contar.
Repetindo, NÃO SOU ESPECIALISTA NESSE ASSUNTO, estou aqui te contando qual foi o caminho que eu segui tomando a responsabilidade da minha educação financeira nas minha próprias mãos.
Clareza é o primeiro passo
Assim como meu processo de produtividade em qualquer outra área da minha vida eu comecei minha jornada de produtividade financeira entendendo o meu cenário atual. Para fazer isso eu fiz uma lista de todos os pontos financeiros que eu tinha. Então faça isso também, liste seus bancos/contas coloque na lista até sua carteira física se você tem movimentações físicas de dinheiro recorrentes.
Com tudo isso listado você vai fazer um balanço do que tem em cada um desses pontos financeiros (qual o seu saldo). Você pode fazer isso em uma planilha ou baixar o meu template de acompanhamento financeiro no Notion. No vídeo abaixo eu mostro como ele funciona.
Com o seu balanço registrado, agora você vai olhar para quanto você recebe por mês e quanto você gasta. Junta todas as entradas de dinheiro que você tem em uma lista (e calcula o total), depois junta seus gastos fixos e outra lista (e calcula o total). Se algum dos valores de entrada ou de saída não for exatamente o mesmo, tenta criar um estimativa média para você ter uma noção de com quanto dinheiro você pode contar entrando e saindo. No final dessa etapa algumas coisas podem acontecer:
- Você gasta mais do que recebe: sério problema, algo tem que ser reduzido, passa pelas tuas contas e vê onde da para economizar um pouco para resolver esse problema e o seu objetivo antes de continuar aqui é resolver isso;
- Você gasta exatamente o que ganha: ou seja, está se sustentando mas não tem espaço para poupar, o que será um problemão caso apareça uma emergência, sem falar que não dá para fazer algo que você goste porque não sobra dinheiro no fim do mês. Aqui você vai ter que fazer o mesmo que na etapa anterior, avaliar os gastos e ver onde dá para reduzir. Mudanças de estilo de vida podem ser necessárias;
- Você gasta menos do que recebe: essa situação é a melhor, pois agora você tem dinheiro sobrando que pode ser poupado e até investido.
Reeducação financeira é simples mas não é fácil
Algumas das melhores lições financeiras que eu já aprendi vieram do livro “Pai rico, Pai pobre” e eu quero compartilhar as que mais gosto aqui:
Lição #1: gaste menos do que o que você ganha.
Lição #2: pague-se primeiro, ou seja, antes de pagar qualquer conta, antes de qualquer gasto, você deve pagar a si mesmo com o valor que você vai poupar.
A lição 1 é extremamente óbvia mesmo que muita gente não a siga, mas a lição 2 não é tão fácil de aplicar para a maioria das pessoas. E sim, eu sei que muita gente tem uma família para sustentar, e contas de água, luz, etc. Mas olha só, meu pai também tinha uma família para sustentar (com três filhos), trabalhava o dia todo com um salário mínimo e mesmo assim ele conseguiu poupar de forma que não faltasse comida, roupas, energia e o essencial, inclusive os itens escolares que usei a vida toda.
É difícil e eu sei que o problema é mais profundo do que seguir as dicas que eu dou aqui, mas é possível. É preciso esforço, sim, e uma mudança de estilo de vida, uma completa reeducação, mas é possível.
Mentalidade positiva para aprender sobre dinheiro
Depois de ter registrado sua situação financeira, fazer o acompanhamento do seu dinheiro e, se necessário, mudar os hábitos financeiros e estilo de vida, agora você pode começar a poupar e aprender mais sobre educação financeira.
A primeira recomendação que você vai achar em qualquer lugar e que é o ponto de partida é você criar sua reserva de emergência, a minha recomendação pessoal (que é o que eu faço) é ter uma reserva de 6 a 12 meses do valor que você recebe mensalmente. Ou seja, se der algo errado e esse valor parar de entrar nas suas contas ou surgir uma emergência, você tem o suficiente para viver de 6 a 12 meses, o que é bastante tempo para bolar um plano e achar uma nova fonte de renda.
Com essa reserva de emergência feita, agora você pode aprender mais sobre técnicas para poupar, fazer orçamentos, economizar e até investir. A técnica que eu uso atualmente é 50/30/20, que funciona da seguinte forma:
- Você usa 50% do seu dinheiro (todo mês) para pagar os itens essenciais (comida, moradia, etc.);
- Você poupa/investe 30% do seu dinheiro;
- E você usa 20% do seu dinheiro para diversão ou algo que você queira fazer mas não está na lista de itens essenciais.
Existem algumas variações dessa regra e às vezes eu mesma faço algumas modificações. Um exemplo é se eu quiser comprar um item mais caro que não encaixe nos 20% do mês, eu começo a poupar aqueles 20% por alguns meses e fazer alguns investimentos com eles até chegar no valor que eu quero.
Eu não vou te recomendar aqui nenhum investimento, ou tipo de conta porque como eu falei não sou especialista nisso e não me sinto confortável em dizer o que você deve fazer com seu dinheiro. Eu descobri o que funciona para mim e estou usando. O que eu posso fazer por você é te recomendar os dois canais no YouTube de especialistas no assunto que eu acompanho e que vale a pena você conferir para aprender sobre o assunto e descobrir o que funciona para você: Nathália Arcuri e Primo Rico.
Agora vá conquistar a sua liberdade financeira
Pronto! Te passei minhas dicas e o caminho que eu segui, o resto é com você. Aplica e veja os resultados aparecerem.