Eu sempre amei ler, e para ser bem sincera, essa é a habilidade base que me ajudou a chegar até aqui. Ler sempre foi a base do meu sistema de aprendizado e eu gosto de ler muita coisa. Mas eu também sou uma nerd de produtividade e apaixonada por tecnologia. Então não é difícil entender meu amor por ebooks. Pouco tempo depois da popularização dos ebooks, começou a onda dos audiobooks e eu também me aproveitei dessa trend. Eu vivo migrando de um formato para o outro em momentos diferentes do meu estilo de consumo de conteúdo.

Uma discussão comum nos meus círculos e aí no mundo é qual dos três formatos é o melhor? Eu acredito que os três formatos Tem muito a oferecer que você pode se aproveitar de todos eles em momentos diferentes, mas eu tenho minha preferências também. Além disso, cada formato tem um apelo diferente, então eu trouxe um compilado da minha opinião de uso desses três formatos de livros e o que você pode esperar caso esteja querendo migrar suas leituras para o formato digital.


Livros físicos

A grande defesa dos formatos físicos é a rotina de foco inabalável que você adquire com eles, não tem telas, notificações nem luz de fundo para te distrair. Porém, eles ocupam espaço físico e podem ser até bem peladinhos se você é um leitor hardcore e por isso é difícil carregar mais de um por aí.

Existe algo mágico no papel (e a ciência explica se você for pesquisar sobre estudos nessa área) que a sensação de usar o papel e o fato das coisas estarem escritas em uma mídia física te deixam mais focado e até produtivo em muitos casos. Fazer anotações em papel é mais eficiente, você lembra melhor, principalmente porque você está fisicamente envolvido em destacar partes e marcar páginas. E essa discussão nos leva a outro ponto: você dobra, risca, marca as folhas do seus livros?

É até uma discussão acalorada sobre se é legal ou não fazer anotações diretamente no livro. Os leitores mais preciosistas e os perfeccionistas tem um infarto só de imaginar, e eu (como perfeccionista que sou) entendo bem. Mas é muito verdade que fazer essas anotações ajudam muito no processo de estudo e assimilação do conteúdo. Por outro lado, as suas anotações vão ficar em um meio físico e para voltar para elas você vai ter que abrir o livro físico e buscar o pedacinho que você quer revisar. Não dá para pressionar Control+F e achar em poucos cliques o que você está procurando.

Essa característica e o fato de ser difícil de carregar meus livros, aliado ao tamanho dos livros que eu já tive que carregar durante a escola e universidade, foram os fatores que me levaram a trocar meus livros físicos pelos digitais (mesmo amando ter um livro físico na mão). E eu posso adiantar que não me arrependi.

Ebooks

Eu comecei a cogitar a ideia de usar livros digitais no começo da universidade. Depois de ter passado um infância e adolescência carregando vários livros escolares e cadernos na bolsa, nas costas… Eu estava cansando para uma vida inteira. Eu gostava de ter meus livros comigo para referência e às vezes, em períodos de baixa atividade, eu pegava um deles e revisava conteúdo ou adiantava estudo. Mas minhas costas e minha postura tem até hoje sequelas desse período. Olhando para trás é assustador pensar na quantidade de peso que eu, enquanto criança, tinha que carregar. Mais assustador é ver que meu irmão mais novo carrega bem mais do que eu hoje em dia.

Do final do meu primeiro ano de universidade para o começo do segundo eu tinha juntado dinheiro e me dei de presente de aniversário o meu primeiro tablet (Um Galaxy Tab2 de 7 polegadas). Aquele aparelho revolucionou meus estudos e produtividade, eu baixei o Google Books, que além de me deixar comprar livros e ler vários de forma gratuita, também me deixava importar livros e pdfs. EU PODIA CARREGAR MINHA BIBLIOTECA INTEIRA NA PALMA DA MÃO. Isso para mim foi fenomenal, e ali eu desenvolvi meu amor pelos ebooks.

Os livros digitais são portáteis e acessíveis de qualquer lugar. Além disso você pode fazer suas marcações e anotações diretamente no meio digital sem “estragar” o livro. É verdade que não tem a mesma mágica que eu comentei que o papel te dá, mas se você fizer o esforço de se adaptar e ajustar seu trabalho para os ebooks, é incrível a praticidade que eles fornecem. E, somado a tudo isso, eles costumam ser mais baratos que livros comuns.

Audiobooks

Por um bom tempo eu tive uma opinião muito dividida sobre audiobooks. Foi preciso eu usar esse novo formato de “leitura” por um bom tempo para decidir como ele funcionava melhor para mim ou se ele funcionava de fato. O que eu descobri foi muito útil para a reestruturação das minhas leituras.

Primeiro de tudo, o formato auditivo, a pesar de muito conveniente e fácil de usar, não se mostrou ideal para mim pois eu perco o foco com muita facilidade em mídias de áudio. Por diversas vezes, escutar um audiobook ia ficando como um som de fundo, sabe aquelas horas que você está escutando música e acaba viajando e não presta mais atenção na música, só sabe que tem algo tocando? Pois é, eu estava assim. Meu foco não sobrevive fácil a material em áudio.

Porém, ao descobrir a possibilidade de aliar o áudio ao formato em ebook você tem os dois formatos alimentando seu cérebro. Enquanto seus olhos acompanham o texto, você recebe um input extra em áudio, isso melhora um pouco a experiência. Eu entendo que audiobooks podem não ser para todo mundo. Para mim eles certamente não são uma substituição de leitura, são mais uma ferramenta extra.

O que eu descobri e adotei sobre os audiobooks foi o seguinte:

  • Em títulos que contam biografias ou ficção, a experiência de escutar um audiobook é muito interessante, pois em diversos casos você tem a narração do próprio autor e isso é bem legal. E nesses casos os livros são mais de entretenimento do que de estudo ativo então é mais difícil de você perder o foco no conteúdo.
  • Audiobooks também permitem que você aumente a velocidade do áudio, isso é interessante para te ajudar a terminar um livro mais rápido, ou “reler” algum livro e revisar os insights que você aprendeu neles. Você poupa muito tempo.
  • Acompanhar o livro em ebook ou físico enquanto escuta o audiobook é como estar em uma aula e ir acompanhando o material didático enquanto o professor fala, funciona em diversas ocasiões. E se você não é um leitor ativo mas quer começar a ler mais pode ser um começo que te ajuda a não ter tanta resistência em desenvolver o hábito de leitura.
  • Fazer caminhadas, lavara louça, roupa, varrer a casa ou fazer qualquer outra atividade desse tipo, na qual você está em modo automático e seu cérebro fica livre para fazer qualquer outra coisa, ESSE É O MOMENTO MAIS INTERESSANTE DE USAR UM ÁUDIOBOOK. Isso é super produtivo porque você vai continuar fazendo aquilo que tem que ser feito, mas também estará “lendo” e adquirindo o conhecimento daquele livro. E por serem atividades em que geralmente realmente ficamos em modo automático você não perde o foco no livro.

Conclusão

Não existe o melhor método de leitura, assim como não existe a técnica mais produtiva ou o melhor app de produtividade. O que eu sempre digo é que o melhor é aquilo que funciona para você, então meu conselho é que você se desafie a experimentar os ebooks e os audiobooks por tempo suficiente para tirar suas conclusões. E mantenha sua mente aberta para eles, tente refletir no que está funcionando ou não e ache as melhores formas de aproveitar esse conteúdo porque eles não vão a lugar nenhum. Com os rumos que nossa vida está seguindo com toda essa revolução tecnológica que vivemos, eles estarão cada vez mais presentes e possivelmente outros formatos surgirão. Então vamos tentar tirar o melhor de tudo isso.